6º Encontro de Resgatados do Trabalho Escravo acontece em Pindaré Mirim

A iniciativa é do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos, com apoio do MPT, OIT e Sedihpop

Para marcar o Dia da Abolição da Escravatura (13 de maio), a cidade de Pindaré Mirim (MA) vai sediar o VI Encontro de Trabalhadores Resgatados do Trabalho Escravo, nos dias 10 e 11 deste mês, em um local simbólico: o antigo Engenho Central, que utilizou mão de obra escrava no século XIX na indústria da cana de açúcar. Em 2019, após ampla reforma, o local foi reinaugurado e se transformou em um centro de cultura.

Cerca de 60 sobreviventes de situação análoga à escravidão devem participar do evento, promovido pelo Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán (CDVDH/CB), com apoio do Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).

“Devemos contar com a presença de 250 pessoas, entre trabalhadores resgatados e representantes de diversas instituições, sociedade civil, lideranças de comunidades vulneráveis e estudantes”, explica a secretária executiva do CDVDH, Mariana de la Fuente. O objetivo do encontro é compartilhar experiências, discutir políticas públicas e criar estratégias de prevenção e repressão ao trabalho escravo.

Programação

A abertura será na sexta-feira (10), às 19h, com encenação do Grupo de Teatro Centro da Arte do CDVDH, seguida de apresentação do livro “Conto Escravidão”, de Xico Cruz. Às 20h, haverá apresentação do Projeto Rede de Ação Integrada de Combate a Escravidão (Raice), seguida de mesa com poder público e sociedade civil. Às 21h30, a noite cultural será comandada por escolas participantes do Programa Escravo Nem Pensar e pela Capoeira Raice Pindaré.

No sábado (11), às 8h, haverá rodas de conversas e atividades socioculturais; às 8h30, avaliação da Raice; às 10h30, socialização de trabalhos; às 11h15, encerramento com apresentação sociocultural de crianças e adolescentes da Raice de Pindaré e homenagem às mães trabalhadoras.

Maranhão recordista

O Maranhão é o maior fornecedor de mão de obra escrava do Brasil. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo (MPT / OIT), 22% dos trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão no país são maranhenses. De 2003 a 2018, foram resgatados 8.119 trabalhadores nascidos no Maranhão em todo território nacional.

Entre os municípios maranhenses com maior número de trabalhadores egressos estão: Codó (357 pessoas), Açailândia (326), Pastos Bons (267), Imperatriz (230) e Santa Luzia (191).

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