Público LGBTQIAP+ e mulheres negras recebem qualificação profissional
Será realizada nesta segunda-feira (9), às 8h, no Senai do Monte Castelo, a aula inaugural do Projeto “Transformação”, que tem como objetivo garantir a qualificação profissional e a empregabilidade de pessoas LGBTQIAP+ e de mulheres negras.
A iniciativa é uma parceria do Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) com o Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB/MA e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Nesta primeira turma, são 50 vagas distribuídas nos cursos de Assistente Administrativo, com carga horária de 160 horas, e Assistente de Recursos Humanos, com carga horária de 180 horas.
Das 50 vagas ofertadas, 32 foram ocupadas por pessoas LGBTQIAP+ e 18 foram preenchidas por jovens negras da Casa das Pretas, do bairro Coroadinho. A previsão é que até dezembro as aulas sejam concluídos.
A vice-procuradora-chefe do MPT-MA Renata Océa destacou a importância do Projeto Transformação. “Buscamos com a iniciativa a qualificação de pessoas que compõem as minorias sociais para que possam adentrar ao mercado de trabalho em empregos com melhores condições salariais, superando assim diversas barreiras sociais existentes”.
Dados da desigualdade na população trans
Uma pesquisa realizada em 2020 pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), revelou que somente 13,9% das mulheres trans e travestis possuíam carteira assinada. Por outro lado, entre os homens trans, o índice de emprego formal chegou a 59,4%.
O Brasil, pela 10ª vez, continua líder do ranking de países que mais matam pessoas trans. No ano passado, foram assasinadas 131 pessoas trans e travestis, segundo números da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Mulheres negras ganham menos
Segundo dados da plataforma Smartlab, a média de remuneração da população negra no Brasil é de R$ 1,9 mil por mês. No caso das mulheres negras, a média salarial é de R$ 1,7 mil. Por sua vez, a população branca brasileira que recebe em média cerca de R$ 2,5 mil.
No Maranhão, 74,3% das pessoas que trabalham como domésticas são mulheres negras.